Segundo mês, Ano I do Golpe de Estado
Desobediência civil é isso: rato só governa para rato
Desfaçatez. Ótima palavra.
Uma das piores qualidades atribuíveis a um
humano: não sei se o usurpador covarde da presidência merece a minha generosa
consideração de supô-lo humano, mas certamente merece que se diga dele que,
além de toda a nojeira asquerosa que emana de sua presença infecta, a
desfaçatez é aquilo que está no cerne de suas atitudes sórdidas. Então só
podemos estar falando da República dos Ratos.
Ninguém, na república inteiramente
imaginária de que falamos, levada por ratos golpistas, tem o poder de tocá-lo:
está blindado por um canal de TV golpista & de má qualidade técnica,
intelectual & artística, repleta de imbecis & de lambedores de bota
desde a sua fundação, mímica desajeitada do poder de outros lugares. Tem um
casal de ratos acéfalos no seu jornal noturno. Uma tevezinha ordinária que
tem muito dinheiro para continuar fazendo sua ratice de décadas de falta de
imaginação & caráter. E até na falta de caráter é antiquada.
É o império mais jeca que conheço, esse
canal liliputiano de ratos que domina com sua breguice imbatível o país continental.
E então, como um rato de asas que caga ao
mero bater de penas, o usurpador sujo caga no país inteiro a sua dura sujeira:
fazendo a liqüidação geral do patrimônio público nacional, incluindo o
simbólico fundo soberano. Desfaçatez pura, o seu sorriso é a contrição da cara
de sua permanente constipação intestinal, porque, no fundo como na superfície,
esse borra-botas não passa de um ditadorzinho frágil de republiqueta, cheio de
uma vaidade ridícula de ser marionete cara-de-pau de poderes de verdade, que o
dele é o de um ratinho que não pode sair à rua, ou vão pisá-lo.
E ele que experimente sair: será coberto
de merda, o seu habitat. Adulador de poderosos, que
faça algo útil de sua vida imunda & leia a Commedia, rato que é, para ver se
aprende alguma coisa & para saber o que aguarda a sua desagradável figura
roedora lá no Inferno. Digo aqui: é merda.
Não estará apenas coberto de merda se resolver
criar alguns colhões & sair à rua sem seus soldadinhos de chumbo: estará
coberto de merda também pela História, que o vê minúsculo como é, pequenino bobalhão
dos grandes interesses do privilégio, garoto de recados de empresários da republicazinha & de estrangeiros, sempre pego de calças curtas porque seu papai é ninguém
menos do que o rato-chefe da câmara & do país todo, & dispensa apresentações
com aquele focinho de mentiroso sempre crescendo (um dia chega à Suíça, como suas
contas de rato chegaram).
Está blindado também por um velho bando
sempre renovável de ratos fascistas & fardados, que cercaram sua casinha de
boneca onde guarda aquela que supõe (como diz uma revista tão repleta de
idiotas que deve ter roubado o estoque do mundo todo para compor os seus
quadros) que seja recatada
& do lar. Dizem também que ela aprecia luxo em grandes quantidades, o
que seu bom vovozinho, rato interino, deve lhe dar, na falta do que não pode.
Blindada a sua desfaçatez impenitente
também por uma corja de trezentos & tantos ratões, mais uma quantia ainda
a se verificar com certeza na segunda casa do legislativo; blindado igualmente
por uns ratos togados com cara de indigestão, que só abrem a boca mole
(historicamente, aliás, que essa casa nunca prestou para outra coisa que dar o
Golpe) para falar sua língua infernal de pernósticos burrocratas, & só para
que se distraiam ao coçar o saco escrofuloso sob o pano preto, enquanto dão a
descarga no país.
Sua desfaçatez é piorada pelo fato de o
molóide ser também cafona.
Ele é cafona, os ratos que ele levou para
sua mesa de governo são cafonas, a TV que lhe dá apoio é cafona, seu chefe
político é cafona, o bando de ladrões que o pôs no poder é cafona, a revistinha
que o defende - de papel fétido & escrita pior - é cafona, os jornais que o
paparicaram & paparicam são cafonas.
Ele é um cafona cercado de cafonice por
todo lado na sua ratoeira.
Até a sua rua cheia de milicos é a
ultracafonice de ditadorzinho assustado que quer ser atendido quando bate as patas. Enquanto seus brucutus a granel fazem a única coisa que foram capazes de
compreender no amendoim que lhes agracia a parte interna do crânio (i.e., a
arte neandertal de dar porrada nos outros), o covarde-cagão foge para longe
& vai se esconder no seu poço de merda favorito, entre os outros
merdolengos de sua laia.
A única coisa que me intriga, talvez por
curiosidade mórbida, é saber como esse dejeto de traseiro de rato ditador vive
consigo mesmo: como um covardão abestalhado desses se olha no espelho? Será que
ficou satisfeito de enfim pôr o furo do seu traseiro na cadeira de presidente,
não sendo presidente, nem eleito, nem estimado de ninguém, nem tendo valor, inteligência,
gosto, elegância, decência ou sagacidade?
Talvez tenha sido agraciado, por enorme
bondade divina, com a mais escura das ignorâncias; talvez não perceba nada de
sua descomunal atrocidade, vestida daquela repugnante cobertura de pele; talvez
entre os ossos de sua cabeça encontre-se só um vestígio de miolos de mistura
com um tipo de geléia, só o suficiente para desfilar por aí sua cara de
congestão, seu sorriso de dores intestinas, sua babaquice enrolada em terninhos
que estão na moda de 1990 (sim, vaidoso, mas uma besta quadrada, um rato cafona).
É difícil compor um retrato desse
usurpador, ilegítimo, irresponsável, biônico, raspa do tacho da imundície
política, incapaz, entre outras tantas coisas, de ser eleito pelo voto, & que chega sempre na cola da cauda de alguém: sua história é uma história de
sujeira, incapacidade, cafonice, covardia & gestos servis que dão a
impressão de que lá se encontra um ratinho para ficar só de enfeite em lugares
de quem gosta de extrema feiúra, ou não pode evitá-la.
Não: para piorar tudo, o camundongo que
sonha um paiseco com ele à frente é ambicioso. Também não sabe escrever, &
não pelo eventual acidente de não ter sido educado a. É cafona, & não sabe
pensar: eis aí outra coisa que precisa que façam por ele, que sua cabeça serve
apenas para pentear aquele cabelo de rato lambido.
Seu desgoverno tem pouco mais do que uma
semana & já valeu por uma ditadura inteira. Ninguém poderá tocá-lo, como
escrevi acima?
O povo pode tocá-lo, & já começou.
Como disseram aqueles que não são ratos no dia em que caminharam na direção da
casa de boneca do usurpador, & diante dos ratinhos de chumbo do seu Golpe
de Estado: "Se tirar as nossas casas, covarde, viremos aqui morar na
sua". Aparentemente o covarde disse, querendo bancar o rato machinho que
não tem 1 mulher no seu machistério de ratos velhotes & imbecis, que sabe lidar com
bandido: é óbvio que sabe, tem de viver consigo 24 horas por dia. Algum esquema
ele deve ter inventado para lidar com isso.
(E detalhe, só para ele ter noção das
proporções: você não é presidente, ratinho, você é um golpista de merda, &
em estado interino. Nós sabemos que a sua idéia é ser um ditadorzinho com essa
sua cara roedora, mas por enquanto você é mero golpista interino, tentando roer
o país o mais rápido que pode. Nós sabemos bem quem você é, você foi pego na
nossa ratoeira).
Abaixo o rato: & se precisarem de alguém
para chutá-lo de lá, posso polir a minha bota predileta só para a ocasião.
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