terça-feira, 24 de maio de 2016

MAS VEJAM SÓ O QUE ACHAMOS NESTA NOSSA RATOEIRA

Segundo mês, Ano I do Golpe de Estado

Desobediência civil é isso: rato só governa para rato


Desfaçatez. Ótima palavra.

Uma das piores qualidades atribuíveis a um humano: não sei se o usurpador covarde da presidência merece a minha generosa consideração de supô-lo humano, mas certamente merece que se diga dele que, além de toda a nojeira asquerosa que emana de sua presença infecta, a desfaçatez é aquilo que está no cerne de suas atitudes sórdidas. Então só podemos estar falando da República dos Ratos.

Ninguém, na república inteiramente imaginária de que falamos, levada por ratos golpistas, tem o poder de tocá-lo: está blindado por um canal de TV golpista & de má qualidade técnica, intelectual & artística, repleta de imbecis & de lambedores de bota desde a sua fundação, mímica desajeitada do poder de outros lugares. Tem um casal de ratos acéfalos no seu jornal noturno. Uma tevezinha ordinária que tem muito dinheiro para continuar fazendo sua ratice de décadas de falta de imaginação & caráter. E até na falta de caráter é antiquada. 

É o império mais jeca que conheço, esse canal liliputiano de ratos que domina com sua breguice imbatível o país continental.

E então, como um rato de asas que caga ao mero bater de penas, o usurpador sujo caga no país inteiro a sua dura sujeira: fazendo a liqüidação geral do patrimônio público nacional, incluindo o simbólico fundo soberano. Desfaçatez pura, o seu sorriso é a contrição da cara de sua permanente constipação intestinal, porque, no fundo como na superfície, esse borra-botas não passa de um ditadorzinho frágil de republiqueta, cheio de uma vaidade ridícula de ser marionete cara-de-pau de poderes de verdade, que o dele é o de um ratinho que não pode sair à rua, ou vão pisá-lo.

E ele que experimente sair: será coberto de merda, o seu habitat. Adulador de poderosos, que faça algo útil de sua vida imunda & leia a Commedia, rato que é, para ver se aprende alguma coisa & para saber o que aguarda a sua desagradável figura roedora lá no Inferno. Digo aqui: é merda.

Não estará apenas coberto de merda se resolver criar alguns colhões & sair à rua sem seus soldadinhos de chumbo: estará coberto de merda também pela História, que o vê minúsculo como é, pequenino bobalhão dos grandes interesses do privilégio, garoto de recados de empresários da republicazinha & de estrangeiros, sempre pego de calças curtas porque seu papai é ninguém menos do que o rato-chefe da câmara & do país todo, & dispensa apresentações com aquele focinho de mentiroso sempre crescendo (um dia chega à Suíça, como suas contas de rato chegaram).

Está blindado também por um velho bando sempre renovável de ratos fascistas & fardados, que cercaram sua casinha de boneca onde guarda aquela que supõe (como diz uma revista tão repleta de idiotas que deve ter roubado o estoque do mundo todo para compor os seus quadros) que seja recatada & do lar. Dizem também que ela aprecia luxo em grandes quantidades, o que seu bom vovozinho, rato interino, deve lhe dar, na falta do que não pode.

Blindada a sua desfaçatez impenitente também por uma corja de trezentos & tantos ratões, mais uma quantia ainda a se verificar com certeza na segunda casa do legislativo; blindado igualmente por uns ratos togados com cara de indigestão, que só abrem a boca mole (historicamente, aliás, que essa casa nunca prestou para outra coisa que dar o Golpe) para falar sua língua infernal de pernósticos burrocratas, & só para que se distraiam ao coçar o saco escrofuloso sob o pano preto, enquanto dão a descarga no país.

Sua desfaçatez é piorada pelo fato de o molóide ser também cafona. 

Ele é cafona, os ratos que ele levou para sua mesa de governo são cafonas, a TV que lhe dá apoio é cafona, seu chefe político é cafona, o bando de ladrões que o pôs no poder é cafona, a revistinha que o defende - de papel fétido & escrita pior - é cafona, os jornais que o paparicaram & paparicam são cafonas.

Ele é um cafona cercado de cafonice por todo lado na sua ratoeira. 

Até a sua rua cheia de milicos é a ultracafonice de ditadorzinho assustado que quer ser atendido quando bate as patas. Enquanto seus brucutus a granel fazem a única coisa que foram capazes de compreender no amendoim que lhes agracia a parte interna do crânio (i.e., a arte neandertal de dar porrada nos outros), o covarde-cagão foge para longe & vai se esconder no seu poço de merda favorito, entre os outros merdolengos de sua laia.

A única coisa que me intriga, talvez por curiosidade mórbida, é saber como esse dejeto de traseiro de rato ditador vive consigo mesmo: como um covardão abestalhado desses se olha no espelho? Será que ficou satisfeito de enfim pôr o furo do seu traseiro na cadeira de presidente, não sendo presidente, nem eleito, nem estimado de ninguém, nem tendo valor, inteligência, gosto, elegância, decência ou sagacidade?

Talvez tenha sido agraciado, por enorme bondade divina, com a mais escura das ignorâncias; talvez não perceba nada de sua descomunal atrocidade, vestida daquela repugnante cobertura de pele; talvez entre os ossos de sua cabeça encontre-se só um vestígio de miolos de mistura com um tipo de geléia, só o suficiente para desfilar por aí sua cara de congestão, seu sorriso de dores intestinas, sua babaquice enrolada em terninhos que estão na moda de 1990 (sim, vaidoso, mas uma besta quadrada, um rato cafona).

É difícil compor um retrato desse usurpador, ilegítimo, irresponsável, biônico, raspa do tacho da imundície política, incapaz, entre outras tantas coisas, de ser eleito pelo voto, & que chega sempre na cola da cauda de alguém: sua história é uma história de sujeira, incapacidade, cafonice, covardia & gestos servis que dão a impressão de que lá se encontra um ratinho para ficar só de enfeite em lugares de quem gosta de extrema feiúra, ou não pode evitá-la.

Não: para piorar tudo, o camundongo que sonha um paiseco com ele à frente é ambicioso. Também não sabe escrever, & não pelo eventual acidente de não ter sido educado a. É cafona, & não sabe pensar: eis aí outra coisa que precisa que façam por ele, que sua cabeça serve apenas para pentear aquele cabelo de rato lambido. 

Seu desgoverno tem pouco mais do que uma semana & já valeu por uma ditadura inteira. Ninguém poderá tocá-lo, como escrevi acima?

O povo pode tocá-lo, & já começou. Como disseram aqueles que não são ratos no dia em que caminharam na direção da casa de boneca do usurpador, & diante dos ratinhos de chumbo do seu Golpe de Estado: "Se tirar as nossas casas, covarde, viremos aqui morar na sua". Aparentemente o covarde disse, querendo bancar o rato machinho que não tem 1 mulher no seu machistério de ratos velhotes & imbecis, que sabe lidar com bandido: é óbvio que sabe, tem de viver consigo 24 horas por dia. Algum esquema ele deve ter inventado para lidar com isso.

(E detalhe, só para ele ter noção das proporções: você não é presidente, ratinho, você é um golpista de merda, & em estado interino. Nós sabemos que a sua idéia é ser um ditadorzinho com essa sua cara roedora, mas por enquanto você é mero golpista interino, tentando roer o país o mais rápido que pode. Nós sabemos bem quem você é, você foi pego na nossa ratoeira).

Abaixo o rato: & se precisarem de alguém para chutá-lo de lá, posso polir a minha bota predileta só para a ocasião.

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