sábado, 4 de novembro de 2017

CAROLICE & CAFONICE GENERALIZADAS, A VOLTA DA "ARTE DEGENERADA" DOS NAZISTAS & OS CONSERVAS PERDENDO O POUCO QUE LHES RESTOU DE CABEÇA (QUE JÁ NÃO ERA MUITA)

Vigésimo mês,
Ano II do Golpe de Estado: ditadura de MiSheLL Temer


Isso foi nos anos 1960, durante a ditadura civil/militar, 
mas podia ter sido ontem

As poucas pessoas sensatas que conheço estão horrorizadas agora com o avanço velocíssimo da censura a obras de arte, ao Queermuseu, à vinda de Judith Butler para bater um papo democraticamente com quem quiser, etc.; estão horrorizadas também com a demissão quase em massa de jornalistas, administradores culturais, professores, etc., além da perseguição a artistas, líderes populares, magistrados, etc., identificados ainda que de leve com um pensamento dito de centro-esquerda (sim, centro-esquerda, ou seja: pessoas perfeitamente decididas por um meio democrático de medidas negociadas com todos os setores da sociedade, sem rupturas traumáticas ou ideológicas).

Para se ver a GRAVIDADE da coisa.

A mim, não obstante, não me espanta nem um pouco: sinto que não poderia esperar diferente, sabendo o que sei. E o que sei é que nenhum Golpe de Estado se mantém no poder sem fazer seu país dar saltos violentos para trás em todas as áreas. 

Se a História ensina alguma coisa ao observador atento, é que sempre foi assim.

Então, não me espanta: desde 2015 sabia que um dia o esquema "arte degenerada" dos nazistas voltaria, & com toda a força. 


Entartete Kunst, ou "arte degenerada": quem diria?
Para alguns no Brasil (& lá fora), os bons 
tempos nazistas voltaram.

(A única sorte é que não haverá mais fogueira de livros. Não por algum bom motivo, mas porque ninguém lê mais, mesmo. Seria total perda de tempo queimar coisas que já não têm o mais remoto efeito na nossa sociedade de zumbis das máquinas).


Moralistas já queimaram livros bem antes ...


....& nazistas eram bons nisso também.

Os imorais no poder precisam da distração de que estão fazendo um serviço de moralização da sociedade, porque sabem que a população é muito suscetível ao argumento, basta ver o estrago que a palavrinha "corrupção" fez ao ser acionada, o mesmo efeito que certos comandos têm sobre uma matilha louca para matar. 

Porque o comando depende apenas de para onde o treinador da matilha aponta: a palavrinha de ordem é mero modo de ativar os bichos, como sabemos, porque ninguém está hoje incomodado com a verdadeira corrupção, que vive aí a solta numa boa destruindo o país: queriam só a desculpa sonora. 

Agora é dar ao público a resposta que sempre esperou à "pouca vergonha", no vocabulário encabulado do típico conserva, de hábitos mais quadrados do que os do seu tataravô quando era um nonagenário. 

Para sabermos que se trata do Brasil, a grande ironia de tudo isso fez com que um dos títeres do ataque à pouca vergonha seja um ex-ator pornô. E esse machista dos bons costumes fazia até, em seus áureos dias, o que lhe parecia muito gostoso sexo homossexual. 

E não ficou um carola (cafona sempre foi) porque tenha se arrependido de seu antigo ganha-pão pornográfico & se convertido a algum modo de se penitenciar, adotando também uma discrição humilde & devota, como fazem tantas mini-celebridades como ele. 

Não: faz porque, carreira encerrada com a idade, encontrou no ódio um aliado que antes encontrara no amor.

O ódio hoje se tornou o combustível do país. 

Alguns me perguntam: por quê?

Quem deu o Golpe irá até as mais horripilantes crueldades porque, em primeiro lugar, tem de atender à demanda de horror que pediu sua existência (o menos de 1% mais rico deste mundo); segundo, porque se parar vai ter de encarar o desastre que gerou. 

Sociopatas não páram, assim como animais que provaram do sangue continuam matando. E a hora é dos piores sociopatas, a onda é deles. Aproveitaram, naturalmente, para derrubar o que houver de cultura ainda incomodando a burrice geral.

Quer vomitar? Eu tenho o vídeo perfeito para isso. Um vídeo mostrando a SS em ação:


"Dei sorte de ser rico. Você não deu, o problema é teu!"

Agora só vão parar com o banho de sangue encomendado & que será entregue no momento oportuno (&, acrescento, a essa altura já não deve demorar muito).

E será o sangue sacrificial, novamente, que fará com que as pessoas acordem da hipnose &, como eu já disse & volto a dizer, dirão como fora do transe: "como chegamos a isso?"

No fundo, todos sabem como chegamos a isso. Mas no pós-horror não se achará 1 alma que assuma ter feito parte desse horror. 

Portanto, podem esperar mais carolice, mais cafonice, mais acusações inacreditavelmente pudicas, coisa do tempo do onça, & tudo se passando como se ainda não houvesse nem acontecido a já vetusta década de 1960. 

Escrevi, faz alguns meses, "Nova Era Fascista". Realmente não estava brincando, embora concorde que às vezes fica difícil diferenciar uma coisa da outra.



PS: em tempo, poema muy oportuno de Ricardo Aleixo na Modo de Usar. Aqui: