Pan & Syrinx, por Johann Wilhelm Baur
SYRINX, A FLAUTA DE PAN
Então disse Mercúrio: “sob o gélido monte da Arcádia
houve entre as náiades Nônacres
a mais famosa hamadríade: as ninfas chamavam-na Syrinx.
Perseguida, dos satyros sempre escapou,
e dos deuses que habitam florestas umbrosas e campos
fecundos, virgem e sagrada à deusa da Ortígia,
a quem cultuava; e cingida nos ritos, como Diana,
faria pensar ser a própria Latônia, não fosse
o seu arco de cornos, o da deusa de ouro;
e assim mesmo enganava.
Foi flagrada voltando do monte Lyceu
por Pan, coroado de folhas agudas de pinho,
que lhe disse o seguinte”—ficou por dizê-lo,
e também, desprezando suas súplicas,
como a ninfa fugiu num caminho inviável,
até que chegou ao Ladôn arenoso de plácidas
margens, pois aqui seu correr impediram-no as ondas;
às licorosas irmãs implorou que a mudassem,
e Pan, que pensava ter presa já Syrinx,
prendeu, ao invés de seu corpo, um maço palustre de cálamos,
e, quando suspira, movendo nas canas o vento,
efetua um som tênue
semelhante a um lamento.
A nova arte e o dulçor dessa voz cativaram o deus:
“Esta conversa contigo”, ele disse, “eu terei,”
e compagina com cera os cálamos díspares,
que, unidos assim, tomaram o nome da ninfa.
3 comentários:
villão, vim conferir as novas novidades.
e qdo sai a tradução completa do ovídio?
abrações
Dirceu,quando eu crescer quero ser que nem você. Abraços!
aliás, podia ser tradução ilustrada... será que a lelê não topava fazer figuração?
postei no peixe a deixa.
beijo
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