Reality is almost always wrong.
Sem publicar por mais de um mês, este demônio alheio: sou Julia Santini, e Dirceu Villa me permitiu, após alguma insistência minha, editar esta postagem. Ele me pediu apenas que pusesse o Dr. House de Hugh Laurie como a imagem para ilustrar.
Sem ansiedade, o autor deste blog me diz que está, neste momento, se divertindo com o circo do meio literário no Brasil, mesmo que a última expressão pareça se contradizer nos termos empregados. "E House contra os filósofos; hoje, meros acadêmicos: quem lhe diria que, se v. quer justiça, escolheu a espécie errada?". É um modo barato de me provocar.
Reclamei com Villa que ele deveria voltar a escrever no blog, e etc., mas apenas me mostrou duas notícias e riu.
As notícias eram: a FLIP (Villa disse que as letras significam Farsa Literária Internacional de Paraty) abrindo com as asneiras de costume de FHC, ex-presidente que as pessoas não deixam descansar em paz em seu apartamento em Higienópolis, ou em Paris; e um poema de Armando Freitas Filho, publicado na Ilustríssima da Folha de SP (caderno que substitui aquele que a revista Ácaro satirizava em seu hilariante caderno Menas!).
Era um poema (melhor dizendo, notícia longa tentativamente versejada, pelo que pude perceber) escrito para ecoar jornalecos sensacionalistas já há mais de mês falando sem parar sobre um goleiro assassino — mas não sou especialista em poesia: sou formada em grego e filosofia.
Em todo caso, não vi a graça que Villa achou nessas coisas. Me pareceu um negócio melancólico. "Aos vinte e seis anos v. não tem o direito de achar nada melancólico", ele disse.
Pedi que então me desse algo que servisse a este espaço, ao menos ... ao menos como manutenção. Gostava de ler o Demônio de vez em quando (quando Villa postava coisas interessantes, traduções e poesia autoral, não qdo. postava arame farpado).
Ele acha que me preocupo à toa, e que ajo como velhos medievais que tinham aquele horror vacui (horror ao vazio). E disse: "Está bem: mas não vou escrever nada. Ponha os seguintes links (me passou uma pequena lista) & não esqueça de mencionar o artigo de Damasceno sobre Oswald & o novo blog de Lins".
Foi o que fiz. Abaixo, os links para textos dos poetas Érico Nogueira e Ricardo Domeneck, que recentemente escreveram, de pontos de vista diferentes, sobre Icterofagia, livro de Villa. Mais uma página da revista desenredos que estampa três inéditos do poeta.
Perguntei se ele não gostaria de acrescentar algumas palavras sobre os textos ou os inédtos, ou dar uma entrevista, e ele me disse isto, ou algo mais ou menos como isto:
"Icterofagia já acabou, para mim. Faz dois anos que o publiquei. Amigos o comentam agora, os comentários são deles, muito bem-feitos, a propósito. Nogueira lê muito bem, & me torna muito mais simpático do q sou; Domeneck lê igualmente muito bem, & pensa q em uns poemas não resolvo o imbróglio vida/texto, mas ele se esqueceu da coisa fundamental da refração ... a refração...".
"Você está caçando uma palavra?"
"Eu pareço caçar palavras?"
"Honestamente..."
"Honestamente, creio q estou lembrando de uma piada para a punchline."
Achei que ele zombava de mim e resolvi encerrar aí mesmo, grata pela possibilidade de postar em seu blog semimorto. Abaixo, o texto de Érico Nogueira, no Ars Poetica:
O de Ricardo Domeneck, na revista Modo de Usar & Co.:
E o endereço dos poemas inéditos de Villa na desenredos:
É também na desenredos que se acha o ensaio de Damasceno, que Villa me sublinhou como "notável. A prosa brasileira não é tão mal escrita quanto costuma ser mal lida. Damasceno nesse texto sobre Oswald paira além das trincheiras críticas, concentrado no Miramar e em retificar confusões de terminologia. É exemplar".
Também vai aqui o endereço do novo blog de Thiago Lins, com Cortázar, Bolaño, Gógol, caricaturas, etc, etc, etc.
— Julia E. Santini, para o Demônio Amarelo.
PS: Villa chama também a atenção dos leitores para o excelente título & a postagem de Ana Rüsche "são paulo é de quem está aqui", contra os imbecis xenófobos.
4 comentários:
Reforço que esse tem sido o melhor blog da internet pra se ler.
Esse post da Julia Santini, no lugar do dono, é simplesmente algo de memorável.
Bom trabalho, garota. Não se pode deixar a chama apagar.
E aproveito pra dizer que a FLAP vem aí. Em outubro. Dirceu vai estar lá, se me Rafael Rocha Daud.
Abraços, viejo./
hum, delícia!
empolgação à la daud.
signorino de sagitário com gêmeos.
y teu mercúrio com saturno: rápido [porém] seletivo. conferindo equipamento y seguindo o tempo necessário para escalar as melhores montanhas.
beijo-faísca do meu arqueiro na lua de fogo
beijo voador do sol no ar com asc mais aéreo ainda: distrações e conversa
carinho da velha mai, que tem a idade da julia (certamente uma senhorita de júpiter c/ terra no ascendente)
Hum!
Foi "postado por Dirceu Villa", mas é outra pessoa...
Então esse Demônio amarelo vai ser (pilotado?) aberto também para outros escritores?
Boa a idéia... creio eu, contanto que continue o foco em poesia e que Dirceu Villa não suma ...rs.
Excelente o trabalho do blog, mais uma vez!
Abraços.
Dirceu: tá na hora de v. voltar, meu amigo... Tem bastante gente me perguntando onde se meteu o Demônio Amarelo. Vamo lá, pô!
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