como no canto VI do Purgatorio.
Numa tenso (ou "tenção", gênero da poesia trovadoresca ocitânica praticado no cordel brasileiro como o "desafio") entre Bertrans D'Alamanon & Sordello, o trovador italiano, o primeiro dava uma estrofe louvando as armas, & o outro, o amor.
Sordello é famoso: Dante, Browning & Pound se interessaram pelo trobador. Ele reclama da "serva Italia" na Commedia de Dante, como séculos mais tarde ecoaria nas palavras dos Canti de Leopardi. D'Alamanon é quase um desconhecido da fama, mas por sorte consta com cinco canções da monumental & imprescindível antologia de Martín de Riquer, em três volumes, Los Trovadores.
Sordello está do lado certo, falando dos feitos de amor, &, na minha modesta opinião, vence o debate no fim de uma das últimas estrofes, com um golpe fatal de sagacidade desferido nos argumentos de seu colega belicoso.
Ponho abaixo uma velha adaptação que fiz a partir de uma ainda mais velha versão francesa do original ocitânico (não se trata de uma tradução, serviu aos meus propósitos no meu primeiro livro de poemas, MCMXCVIII). Gaudete.
Cairás do lombo de teu cavalo,
eeeeeeeeeeeeeeeenquanto
Cairei no colo de minha dama.
eeeeeeeeeeeeeeeMesmo
Que te tornes valoroso na França,
eeeeeeeeeeeeeeeacho mesmo
Que um beijo doce
eeeeeeeeeeeeeeebem vale
Um golpe de lança.
eeeeeeeeeeeeeeeenquanto
Cairei no colo de minha dama.
eeeeeeeeeeeeeeeMesmo
Que te tornes valoroso na França,
eeeeeeeeeeeeeeeacho mesmo
Que um beijo doce
eeeeeeeeeeeeeeebem vale
Um golpe de lança.
4 comentários:
Muito belo. Acho que ja li essses versos em outra parte. Sera que e' isso que o bobo de Shakespeare quis dizer, com "Escapar 3 vezes de morrer afogado e correr o risco de se estabacar na quina de um leito de plumas"?
Ou, como diria o Góngora: "a batallas de amor, campo de pluma".
Abrazo, Marcelo,
D.
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