Londres tem consciência de muitos de seus tesouros, & pretende cada vez mais ser uma cidade para ser apreciada em sua enorme variedade cultural & de atrações.
Isso é verdade.
MAS, bizarramente, eles não entendem ainda o potencial de seu único movimento vanguardista expressivo, o vorticismo. Na Tate Modern, prédio monumental da estação Bankside, irmã da Battersea, que está na capa de Animals, do Pink Floyd, é onde se lê q estão os vorticistas.
Mas a sala do vorticismo (junto com futuristas & cubistas), que vocês vêem em parte acima, resume-se a algumas pinturas de Bomberg & dois (excelentes) Gaudier-Brzeska. Onde estão Wadsworth, Epstein, Dismorr, Nevinson, Coburn &, sobretudo, onde estão os 24 Wyndham Lewis que sabemos que a Tate tem?
"They're not on display, sir, we apologise", diz um dos educadíssimos guias com o distintivo roxo da Tate.
As galerias têm muitas obras que não estão sempre presentes, manipula-se o catálogo até mesmo para evitar a monotonia do espaço expositivo & para se dar ênfase aqui ou ali, mas é muito peculiar que, na pintura inglesa, que no começo do século XX teve um movimento específico & notável como o vorticismo, a galeria que possui grande número dessas obras as exponha tão pouco.
É um tesouro moderno. Se diferenciavam dos futuristas, as melhores obras de Lewis & as de Giacomo Balla ou Boccioni são muito diversas: claramente, o vorticismo descende do futurismo, mas é um movimento de linhas definidas, de muita estrutura.
É curioso pensar que Londres se transformou, de 1910 a 1914 (qdo começou a Primeira Guerra), passando de vitoriana a moderna em 5 anos. É curioso vê-la nestes cem anos que o excelente livro de Ezra Pound, The Spirit of Romance, comemora, com aquela frase tão profética para o século, & ainda para nós: all ages are contemporaneous, "todas as épocas são contemporâneas".
Nossa mente não é cronológica, ela se guia por padrões que não são os de começo, meio & fim. Era uma nova percepção. E já é história.